Óleo Vegetal Combustível


Óleo vegetal combustível - mais seguro que o diesel e de baixo custo para o produtor

O óleo vegetal, ao contrário da gasolina e do diesel obtido do petróleo, é regenerativo, neutro quanto à emissão de CO2 e livre de enxofre, metais pesados e radioatividade.

No início da década de 1940, foram realizados estudos no sentido de usar óleos vegetais in natura ou hidrocarbonetos obtidos pelo seu craqueamento como combustíveis alternativos ao óleo diesel. Entre as alternativas, destacam-se o uso direto do óleo vegetal (puro ou em misturas com diesel de petróleo) e uso de hidrocarbonetos obtidos pela quebra termo-catalítica destes. No final da década de 1970, o professor Hernani de Sá, pioneiro em biocombustíveis no Brasil, demonstrou o uso de óleo de dendê, soja e amendoim em motores, obtendo bastante êxito.

Já no Projeto das Miniusinas Comunitárias de Óleo Vegetal, foi aplicado óleo vegetal extraído a frio e microfiltrado em uma caminhonete Toyota Hylux, com sistema de injeção eletrônica commom rail, em mistura de 20% com óleo diesel. Esta experiência também obteve ótimos resultados, avaliada periodicamente pela própria agência (leituras de injeção) e pelo Instituto Tecnológico do Paraná - TECPAR até os 76 mil Km .

“Em Pinhais, no Paraná, foi realizado um teste de 20% de óleo vegetal em trator CNH, já com 600 horas avaliadas pela empresa fabricante e pelo TECPAR ”, afirmam os professores Werner Fuchs e Edson Perez Guerra, do curso Produção de Óleo Vegetal Comestível e Biocombustível, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Tipos de biocombustíveis

Em decorrência da crise energética mundial, intensifica-se a procura por alternativas que devem ser ambientalmente corretas e sustentáveis. Entre os combustíveis biológicos usados atualmente, destacam-se o biodiesel, o álcool, o biogás e o óleo vegetal.

- O biodiesel é usado nos motores a diesel, tradicionais, sem necessidade de adaptações.

- O álcool combustível é utilizado em motores adaptados.

- O biogás é utilizado para geração de energia térmica, energia elétrica ou mecânica, em motores apropriados.

- O óleo vegetal, em estado natural, é menos conhecido como combustível para motores, mas seu uso está se intensificando nos motores a diesel, desenvolvidos ou convertidos para esse fim.

Óleo vegetal como biocombustível

Ao contrário da gasolina e do diesel obtido do petróleo, o óleo vegetal é regenerativo, neutro quanto à emissão de CO2 e livre de enxofre, metais pesados e radioatividade. Além disso, o óleo vegetal é um combustível abundante e renovável, não finito como os derivados de petróleo. Pode ser produzido em todos os países e sob as mais variadas condições climáticas. É um combustível seguro e de baixo custo.

Da mesma forma, o óleo vegetal não é volátil e tem um ponto de fulgor em torno de 200°C, de modo que não é inflamável, nem explosivo, podendo ser armazenado sem riscos, por longos períodos. Também, é biodegradável, não prejudicando nem a terra, nem o ar, nem a água. Também é bom salientar que o Brasil possui um grande potencial de produção de óleo vegetal, capaz de alimentar boa parte da população mundial e de produzir energia.

No caso mais simples, os óleos vegetais são obtidos pelo esmagamento dos grãos das mais diversas plantas oleaginosas. São elas: dendê, macaúba, babaçu, tucum, coco, juriti, noz-pecã, castanha, macadâmia, pinhão, amendoim, soja, canola, nabo forrageiro, pinhão-manso, tungue, girassol, algodão, linhaça, gergelim, crambe, cártamo, nim e moringa, entre muitas outras.

Além disso, o cultivo de oleaginosas pelos pequenos agricultores é uma forma de aumentar a renda, sem comprometer a produção de suas lavouras tradicionais, pois podem ser produzidas na entressafra das outras culturas.

Índices de qualidade de óleo vegetal combustível

A venda de óleo virgem comestível e medicinal certamente assegura ganhos maiores que seu uso como combustível. Por isso, recomenda-se usar o óleo vegetal como combustível apenas em segundo lugar. No entanto, existem oleaginosas não comestíveis (por exemplo, pinhão-manso e tungue), cujo óleo é um excelente combustível e pode ser extraído na entressafra de outras culturas. Além disso, com um custo de produção em torno de R$1,00, qualquer óleo vegetal se torna vantajoso em relação ao diesel. Da mesma forma, chega a ser 40% mais barato que o biodiesel, motivo pelo qual, na Europa, já existem inúmeros veículos movidos a óleo vegetal, principalmente, de canola.

óleo vegetal pode ser misturado ao diesel, sem adaptação, dependendo do tipo de motor a diesel (injeção direta, indireta, turbo, eletrônica, entre outros), de 15 a 50% de óleo vegetal. É importante ter cuidado com o óleo do cárter e verificar semanalmente os bicos injetores. Por causa de uma maior lubricidade, o desempenho dos motores movidos a óleo vegetal é equivalente ao diesel e um pouco melhor que o biodiesel. Contudo, o óleo vegetal requer rigorosa padronização e controle de qualidade, conseguidos principalmente pela extração a frio e pela microfiltragem.

No Brasil, o óleo vegetal ainda não é um combustível autorizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Portanto, não pode ser comercializado como combustível. No entanto, nada impede que um agricultor produza seu próprio combustível e use em suas máquinas agrícolas, sob seu risco, ou que uma empresa beneficie óleo combustível para sua frota de caminhões.

Custos de implantação da miniusina

Os equipamentos que compõem a miniusina são:

- micro-ondas para 150 Kg/hora (opcional);

- miniusina de extração a frio para 50 kg de grãos/hora ou para 100 kg de grãos/hora.

Para utilizar plenamente o equipamento e obter a melhor relação custo/benefício, uma miniusina de óleo vegetal que processa 100 kg/h requer uma área cultivada de 200ha de oleaginosas por ano, dependendo da espécie e do rendimento. Funcionando 24 horas por dia, a área necessária será maior. Isso significa que o pequeno agricultor precisa formar grupos ou associações, que planejem juntos o plantio, o uso da miniusina e, de preferência, a comercialização.

O treinamento do pessoal e a implementação da miniusina comunitária podem ser realizados em uma safra (quatro meses), um período bem mais rápido que outras opções de sustentabilidade oferecidas ao pequeno agricultor. Quem tem vacas leiteiras pode aproveitar a casca e a torta como ração. A versatilidade do equipamento e as muitas opções de plantio asseguram menor dependência do mercado e, portanto, maior autonomia.

Por exemplo, um grupo de 15 agricultores poderá adquirir a miniusina por meio do Pronaf D – “agroindústria familiar” para cada família, com juros baixos, com dois anos de carência e oito anos para pagar. Com a receita de óleo e subprodutos de uma saca de soja por mês, cada família pode pagar a prestação. Um grupo maior terá ainda mais facilidade para pagar o financiamento.

Confira mais informações, acessando os cursos da área Biocombustíveis.

Por Andréa Oliveira


https://www.cpt.com.br/cursos-agroindustria-biocombustivel/artigos/oleo-vegetal-combustivel-mais-seguro-que-o-diesel-e-de-baixo-custo-para-o-produtor

https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf


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